A política municipal de resíduos sólidos urbanos, se é que existe, não chegou aos Morros de Santos. Em vistoria realizada nesta terça-feira (dia 22), constatei o mesmo quadro desolador que venho denunciando na Câmara desde meu primeiro mandato, quando o então prefeito Beto Mansur aboliu a coleta porta a porta realizada nos Morros e disseminou a colocação de grandes lixeiras de alvenaria (foto).
Fosse uma decisão de governo aplicada a algum bairro da Orla, cabeças já teriam rolado, para Praça Tahir nenhuma botar defeito. Mas vale-tudo quando se trata dos Morros, região em que os cidadãos e cidadãs, lamentavelmente, são considerados de segunda categoria pelo Governo Municipal.
Para regozijo de ratos e baratas, a construção dessas lixeiras imundas é uma política de governo deliberada, que sonega dos moradores desta parte da Cidade a coleta domiciliar diária, conquistada há décadas na parte baixa de Santos.
Os olhos dos Morros
Também nos Morros pude ver entristecida a situação de adolescentes, vítimas da falta de políticas para a juventude. Em rápido giro pela região, encontrei jovens, entre 14 e 18 anos, postados sob o sol inclemente deste verão, a vigiar o movimento das ruas.
É o tráfico ocupando a vida desses adolescentes abandonados à própria sorte, pela falta de capacidade do Município em implantar programas sociais direcionados a estes que são nosso futuro.
Enquanto isto, também nos Morros, é possível constatar o grande desperdício de espaço, pela falta de uso adequado de vários equipamentos comunitários, que poderiam estar ocupados com o desenvolvimento destes programas.