sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A batalha nossa de cada dia: dessa vez venceu a soberania do povo

Era uma vez um ex-governante que se sentia muito injustiçado. Isso porque, mesmo alegando ter feito um ótimo trabalho ao longo dos oito anos em que comandou o principal povoado de sua região - conhecido como Reino -, ele teve as contas de sua gestão questionadas diversas vezes. 

Mas um dos exercícios foi o mais especial: 2003, período que o órgão que avalia as contas no Estado entendeu que o então governante não investiu dinheiro suficiente para educar seu povo. Não bastasse isso, as mesmas contas acabaram rejeitadas na instância do Reino eleita para, entre outras funções, fiscalizar os atos de seus governantes.

A batalha ocorreu em 21 de fevereiro de 2008. Na ocasião o ex-governante teve oito soldados que lutaram bravamente para aprovar suas contas. No entanto, precisava de 12. Perdeu.

Inconformado e tendo em mente que aquela era apenas uma batalha, e não a guerra, desde então ele luta por “justiça”. E foi à Justiça que ele recorreu, alegando não ter tido amplo direito de defesa. 

Brasileiro e confiante, o poderoso ex-governante nunca desistiu. Assim, o tempo foi passando até que em 2011, a Justiça mandou que as mesmas contas do ex-governante fossem novamente analisadas. 

A nova batalha ocorreria no ano seguinte. Com uma tropa um pouco diferente daquela que lutou em 2008, as chances do ex-governante eram grandes. Mesmo assim, para garantir que nada desse errado, uma manobra estrategicamente calculada foi desenvolvida. 

Sob o comando do rei, melhor dizendo, do presidente do castelo (cenário onde a batalha se desenvolveria), a principal arma a favor do ex-governante era o fator surpresa. Assim, sem dar aviso prévio, as contas chegaram à trincheira. 

O que os soldados do ex-governante não imaginavam é que além da estratégia tão bem planejada, dessa vez eles também contariam com a sorte. Ou terá sido o destino, que justamente naquele dia (6 de fevereiro) resolveu pregar uma peça na oposição, derrubando um de seus parcos soldados horas antes da batalha? 

Caído no chão e machucado, ele foi substituído às pressas por um mero desconhecido. E qual não foi a estupefação dos parcos soldados que ainda teimavam em resistir aos ataques, quando o tal recruta resolveu somar forças a já grande tropa de choque do ex-governante. Assim, com 13 soldados contra 4, ele finalmente conseguiu vencer.

Vitorioso, o ex-governante riu à toa durante dias. Mas, a alegria durou pouco. Acatando os argumentos da minoria dos soldados (que apesar de minoria, fizeram muito barulho nas trincheiras), a Justiça, nove dias depois da batalha que deu vitória ao ex-governante, anulou o resultado e destituiu o recruta que traiu a oposição. 

Por enquanto, o placar dessa guerra é de 2 a 1 para a oposição. Mas independente disso, na batalha deste dia 15 de fevereiro de 2012, pelo menos, venceu o bom senso. Venceu a soberania do povo, ao invés do poderio econômico de um ex-governante.

Mais informações sobre essa guerra, clique aqui.

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