Cerca
de 100 pessoas (a maioria profissionais da enfermagem) participaram
nesta terça-feira (dia 26) de audiência pública promovida pela
Comissão Permanente de Saúde da Câmara de Santos, em parceria com
o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo.
A categoria
reivindica jornada de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos e
auxiliares de enfermagem. E, no caso dos profissionais da
Prefeitura,também a transposição da letra “P” para a “Q”,
que classifica os trabalhadores com nível superior no Plano de
Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
Durante
a audiência, que contou com a participação de vereadores e de
representantes de entidades e federações dos trabalhadores da
Saúde, os profissionais manifestaram seus anseios. Um dos
depoimentos mais emocionantes e que traduziu o sentimento da
categoria foi o da enfermeira Cristina
Paolozzi (foto abaixo), que reproduzimos a seguir.
“Caros
colegas, vereadores, e demais autoridades. Estar aqui, com certeza,
me dá muito orgulho de ser enfermeira. E fazer parte deste exercício
democrático, faz muito bem à nossa alma.
O
motivo da nossa discussão de hoje é a defesa da jornada de 30 horas
para todos os profissionais da enfermagem. Estamos acompanhando essa
luta há alguns meses, e, com alegria, compartilhamos algumas
vitórias, que esperamos alcançar aqui em Santos também.
Custe
o que custar, vamos batalhar por esse direito, pois os profissionais
da enfermagem não são os “empreguetes” da saúde, e sim a
essência da esperança e do cuidado.
Somos
parte de uma equipe multiprofissional, onde todos cumprem o seu
papel. E o fruto disso é a recuperação plena da saúde de quem
sofre, de quem não tem nada mais a perder e pode contar sempre
conosco.
Estudamos
pelo menos sete, oito anos, entre graduação e especialização,
para dedicar a exclusividade do prazer de cuidar das pessoas com
conhecimento e responsabilidade.
Fazemos
a diferença entre uma amputação de pé e o uso de cadeiras de
rodas. Fazemos a diferença entre uma UTI e a morte. Fazemos a
diferença quando você é o próximo e o chamamos pelo nome.
Nesta
cidade fizemos a diferença quando, há 20 anos, revolucionamos a
saúde pública na criação de novos serviços de saúde com o
(prefeito) David Capistrano. Fomos nós enfermeiros que lideramos as
chefias nas policlínicas e na assistência domiciliar.
Nesta
cidade fizemos a diferença há mais de 40 anos atuando no
atendimento pré-hospitalar. Pois muito antes de se falar em SAMU,
éramos nós enfermeiros que gerenciávamos esse serviço nos
pronto-socorros, buscando junto com os auxiliares de enfermagem fazer
o melhor.
Somos
mulheres e homens, que diariamente saímos de nossas casas com a
certeza de que iremos salvar vidas. Sim, nós também salvamos vidas.
Proponho
que nossa união
nesta luta continue permanente. Proponho que de hoje em diante, nossa
união
se transforme em uma pedrinha nos sapatos de nossos governantes.
Assim, sairemos dos porta-retratos de que somos sinônimos de
compaixão, e passaremos a fazer parte das prioridades, do
reconhecimento, e da importância do pessoal da saúde.
Nossa
meta nesta cidade é de 30 horas já! E letra “Q” para quem faz a
diferença! Parabéns
enfermeiros, meus colegas, meu amigos. E até a vitória!”