A audiência pública
contou com a forte presença do movimento de mulheres, representantes
das diversas regiões do Estado, além de órgãos públicos e
organizações não governamentais envolvidos com a questão. O
mandato da vereadora Cassandra, que preside a Comissão Permanente
dos Direitos da Mulher da Câmara de Santos , também esteve
representado.
A CPMI, composta por
senadoras e deputadas federais, é presidida pela deputada Keiko Ota
(PSB/SP) e tem como relatora a senadora Ana Rita (PT/ES). O grupo de
trabalho foi criado à partir de um requerimento apresentado em 2011
pela senadora Ana Rita, que estabeleceu como meta inicial a
realização de diligências e audiências públicas nos dez estados
mais violentos do país.
Na abertura da
audiência em São Paulo, as parlamentares destacaram a importância
e a urgência da sociedade brasileira enfrentar esta grave situação.
Dados do Instituto Sangari, publicados em 2011, revelam
que no período de 1998 a 2008 foram assassinadas mais de 42 mil
mulheres no Brasil. Uma média de 4,2 mil mulheres por ano.
O quadro é
reforçado pelo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres,
do Governo Federal. Análises das chamadas do Disque 180 revelam que
40% das vítimas convivem com seus agressores há mais de 10 anos.
Sofrem violência física, 61% das mulheres, enquanto 23% delas são
vítimas de violência psicológica.
A triste realidade de
mulheres assassinadas no Brasil apresenta índice superior a média
mundial. Num ranking de 73 países, lamentavelmente o Brasil é o
12º, com a maior taxa de homicídios de mulheres. Somente o estado
de São Paulo registrou 28 mil casos de violência contra a mulher. O
Estado, aliás, foi o último da federação que assinou o Pacto
Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher, lançado
em 2007 pelo governo Lula.
O Pacto Nacional é um
acordo federativo entre os governos estaduais e municipais visando
garantir ações de implantação e consolidação da Política
Nacional de Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres.
Portanto, é papel da
CPMI, por meio de diligências e audiências públicas nos estados,
apurar as razões que levam o Brasil a manter índices tão elevados
de violência contra a mulher, mesmo após ter aprovado em 2006 a Lei
Maria da Penha.
Consideramos a criação
da CPMI do Congresso Nacional um marco importante no combate e no
enfrentamento da violência contra a mulher. Entendemos, sobretudo,
que a comissão passa a ser um instrumento necessário na defesa da mulher a uma vida livre de violência.
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