sábado, 12 de março de 2011

Eu voto por mais mulheres na política santista. E você?

Na semana em que se comemora o Dia da Mulher (8 de março) resolvemos refrescar a memória dos leitores do Cassandra e Cia sobre os resultados das eleições municipais das últimas três décadas. Depois de analisar os números dos pleitos de 1982, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008, com foco na participação das mulheres no Legislativo, chegamos a duas conclusões: é preciso renovar a força da mulher na política santista e formar mais lideranças femininas em outras legendas, além do PT.

Enquanto no Executivo ocupamos pela primeira vez a cadeira de presidente do País (com Dilma Rousseff, do PT), e na Baixada Santista temos três das nove cidades da Região governadas por mulheres (Márcia Rosa, do PT, em Cubatão, Maria Antonieta, do PMDB, em Guarujá, e Milena Bargieiri, do PSB, em Peruíbe), no Legislativo de Santos andamos na contramão das conquistas femininas na política.

Atualmente há apenas uma vereadora na Cidade: Cassandra Maroni Nunes (PT), que está no seu quarto mandato consecutivo. É verdade que ela não foi a única eleita. Telma de Souza, também do PT, ocupou assento na Câmara nos últimos dois anos, mas como foi eleita deputada estadual, e acabou substituída por Reinaldo Martins.

No universo de 17 cadeiras do Legislativo, Cassandra representa menos de 6% do total de vereadores. Percentual parecido com o registrado em 1982, quando começamos a análise dos números. Naquele ano, quando a Câmara de Santos era composta por 19 vereadores, apenas Telma de Souza foi eleita.

Mas, foi na mesma década de 80 que esse cenário começou a mudar. Em 1988, as urnas apontaram a vitória de duas mulheres, de um total de 21 eleitos. Mais uma vez vereadoras do PT. Mariângela Duarte (hoje no PSB) e Suely Maia (atual secretária de Educação de Santos) conquistaram juntas 4.303 votos, o equivalente a 1,63% do total de sufrágios. Pouco ainda, mas o começo de uma virada.

Melhor década
Na eleição seguinte (1992), a grande vitória. Conquistamos quase 20% dos 21 assentos do Legislativo Santista. Quatro mulheres (todas do PT) foram eleitas. Juntas, Maria Lucia Prandi, Mariângela Duarte, Suely Maia e Maria do Socorro, somaram mais de 16 mil votos, ou quase 6% do total de sufrágios. O número ganhou ainda mais significado pelo fato de três delas, entre os eleitos, ocuparem as primeiras colocações em números de votos.

É verdade que essa legislatura que começou com quatro mulheres, terminou com apenas duas. Mas Prandi e Mariângela, eleitas deputadas estaduais, foram para a Assembleia Legislativa representar não apenas Santos, mas toda a Baixada. Se a Câmara de Santos perdeu representatividade, a Região, ao contrário, ganhou.

Quatro anos depois, a eleição de 1996 ficou marcada como uma espécie de renovação da força feminina na política. Pela primeira vez, Cassandra Maroni Nunes e Sueli Morgado, também do PT, foram eleitas para ocupar assentos na Câmara. Juntas, somaram 7.094 votos.

Em 2000, marcamos de vez nosso lugar. Dos 21 eleitos, mais uma vez, quatro eram mulheres. E pela primeira vez uma pertencia a outra legenda. Sandra Arantes do Nascimento foi eleita pelo PDT. O PT por sua vez reelegeu Cassandra e Sueli Morgado, e conquistou mais um assento com Luzia Neófiti. Juntas, essas quatro vereadoras voltaram a garantir mais de 16 mil votos e quase 20% das cadeiras da Casa.

Entretanto, foi nessa mesma legislatura que o universo feminino da Câmara começou a diminuir. Com a morte de Luzia Neófiti, em 2003, vencida na luta contra o câncer, perdemos não só uma vereadora, mas também uma guerreira. Luzia era uma das políticas mais atuantes que esta Cidade já teve, e que militava desde a década de 70.

Década atual
Mesmo com a perda de uma das mais fortes expressões femininas da política santista, na primeira eleição desta década, em 2004, a Cidade reelegeu Sandra Arantes, Cassandra e Sueli Morgado. Com quase 12 mil votos, elas garantiram cerca de 18% das cadeiras do Legislativo.

Infelizmente, dois anos depois, mais uma derrota. E, de novo, para o câncer. Em outubro de 2006, a vereadora Sandra Arantes faleceu. E o universo feminino da Casa ficou reduzido a Cassandra e Sueli. Pouco antes do fim dessa legislatura, Sueli Morgado anunciou que não disputaria mais eleições. Voltamos a perder espaço.

No mais recente pleito, com a ex-prefeita e ex-deputada federal Telma de Souza voltando a disputar uma vaga na Câmara, a quantidade de votos para as mulheres eleitas foi expressiva. Somados aos sufrágios nominais de Cassandra, foram 22.354 votos. Mas o número de cadeiras voltou a cair.

As perdas não se limitaram apenas ao Legislativo Municipal. Maria Lúcia Prandi, que tentou pela primeira vez uma vaga na Câmara Federal, acabou perdendo. Seu mandato na Assembléia Legislativa termina na segunda-feira (dia 14). Mariângela Duarte, que tentou voltar a Alesp, também não se elegeu.

Diante do cenário narrado, e com tantas perdas por parte das mulheres, nós do Cassandra e Cia tomamos uma decisão: votamos por mais mulheres na política santista. E você, vai votar com a gente?

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