terça-feira, 6 de março de 2012

Autonomia para as mulheres

Autonomia social, econômica, política e cultural para as mulheres. Foi este o tom da roda de conversa realizada na Câmara de Santos na última sexta-feira (dia 2), como abertura das comemorações do 8 de março (Dia Internacional da Mulher).

Organizado pela Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida pela vereadora Cassandra, o encontro contou com a presença de Rosagela Rigo, diretora de programas da Secretaria de Políticas para as Mulheres (do Governo Federal). Ela veio de Brasília para participar da atividade, que reuniu cerca de 70 pessoas.



De acordo com Rosangela, a autonomia deve ser o princípio gerador das políticas públicas voltadas para as mulheres. É este o conceito que deve pautar a construção de ações que visam a igualdade entre homens e mulheres, o respeito à diversidade, a universalização dos serviços públicos - garantindo as especificidades das mulheres -, e, principalmente, o enfrentamento à violência contra a mulher.

Destacando os avanços na legislação brasileira, como a Lei Maria da Penha, por exemplo, e as políticas públicas implantadas pelo Governo Federal, Rosangela falou da importância do comprometimento de estados e municípios para que essas ações se fortaleçam. Ela também ressaltou a necessidade de organização das mulheres.

“O momento é importante porque nós avançamos. Mas ao mesmo tempo, nós temos que continuar na luta porque também se organizaram as forças contrárias a esses direitos. Se não tivermos as mulheres organizadas, não teremos força para combater os retrocessos conservadores”, alertou.


Segundo Rosangela, os desafios não são simples e nem poucos. Isso porque as mulheres ainda são mais afetadas pela pobreza, a divisão sexual do trabalho persiste, e na mídia, elas continuam sendo exploradas. Isso só para citar alguns exemplos.

Além disso, o universo feminino é muito vasto. “Não existe a mulher brasileira. Nós somos uma diversidade. Somos negras, brancas, indígenas, quilombolas, deficientes, jovens, velhas, lésbicas”.

Na construção dessas políticas públicas, a vereadora Cassandra fez questão de destacar as antecessoras das lutas feministas, “guerreiras que abriram os caminhos para nós”. A parlamentar também ressaltou “as mulheres que tombaram e ainda tombam vítimas de violência”.

Uma das participantes do debate, Cibele Lacerda, do Craids, fez um resgate histórico da participação do município na luta pelos direitos das mulheres, com a criação de serviços e equipamentos, na década de 1980, que deixaram de existir anos depois. “Nós temos uma história em Santos que não pode ser apagada pelos governos que passam”.

Pensamento compartilhado por Vera Oscar, do Movimento de Mulheres. Durante o debate ela defendeu como melhor forma de manter os avanços conquistados, a criação de políticas públicas de estado e não de governo.

Participantes
Entre os presentes na roda de conversa estavam o vereador Reinaldo Martins (PT), o secretário de Defesa da Cidadania, Paulo Murat, a coordenadora de Políticas para a Mulher, Fernanda Vannucci, e a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Elza Pereira dos Santos.

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